terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A epidemia de AIDS no Brasil



 
No Brasil, estima-se que cerca de 630 mil indivíduos de 15 a 49 vivam com HIV. Segundo parâmetros estabelecidos, a epidemia de aids é concentrada, ou seja, apresenta taxa de prevalência da infecção pelo HIV menor que 1% na população em geral e maior que 5% em subgrupos populacionais de risco acrescido para a infecção pelo HIV (Homens que fazem Sexo com Homens, Usuários de Drogas e Profissionais do Sexo Feminino). Com relação aos casos de aids, de 1980 até junho de 2009, foram identificados 544.846 casos. A taxa de incidência de aids vem apresentando tendência à estabilização, em patamares elevados, e, em 2008, atingiu 18,2 por 100.000 habitantes.Em âmbito nacional, a taxa de prevalência de infecção  pelo HIV,  na população de 15 a 40 anos mantém- se estável em aproximadamente 0,61% desde 2004, sendo 0,41%  entre mulheres e 0,82%  entre os homens.
Entretanto, é necessário analisar a epidemia no Brasil de modo desagregado, pois as diferentes regiões apresentam dinâmicas diferentes, com declínio da taxa de incidência
de aids nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, no período de 2000 a 2008, e aumento nas regiões Norte, Nordeste e Sul. A Região Sudeste ainda concentra o maior percentual de casos identificados no país com 59,3%; a região Sul, 19,2%; a Nordeste, 11,9%; a Centro-Oeste, 5,7%; e, a Norte, 3,9%. Em média, cerca de 35 mil novos casos de aids são identificados a cada ano.
Observa-se uma notável redução de novos casos de aids por transmissão vertical entre crianças em mais de 60% nos últimos anos: De 572 casos observados em 2005 passou-se para 361 em 2008. Esta tendência de queda vem sendo observada desde a introdução da terapia antirretroviral. A taxa de incidência vem decrescendo na população masculina, todavia,
nota-se uma tendência de feminização na medida em que o mesmo evento não se faz presente quando se trata da população feminina. A razão de sexo no Brasil diminuiu consideravelmente do início da epidemia para os dias atuais: em 1986, a razão era de 15,1:1 e, a partir de 2002, observa se uma relativa estabilização em 1,5:1. Na faixa etária de 13 a 19 anos o número de casos de AIDS é maior entre as meninas e essa inversão é observada desde 1998, com 0,8:1. Apesar do crescimento importante observado no número de casos entre as mulheres, nos últimos anos, estudo recente mostra que os HSH e usuários de drogas injetáveis (UDI) masculinos continuam apresentando risco maior do que na população em geral, com taxas de incidência em torno de 15 vezes maiores do que os heterossexuais. Outros grupos em maior vulnerabilidade para a infecção são travestis, transsexuais e transgêneros, trabalhadores do sexo e a população carcerária. Esses dados demonstram a importância de se direcionar as respostas e ações para o enfrentamento das iniquidades regionais e vulnerabilidades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário