terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O que é HIV


HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações. 
Biologia – HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune.

Sintomas e fases da AIDS


Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV - tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse período varia de 3 a 6 semanas. E o organismo leva de 8 a 12 semanas após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebido.
A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas que não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático.
Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4 - glóbulos brancos do sistema imunológico - que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento.
A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber ou não seguir o tratamento indicado pelos médicos, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Por isso, sempre que você transar sem camisinha ou passar por alguma outra situação de risco, faça o teste!

Por que fazer o teste de AIDS


Saber do contágio pelo HIV precocemente aumenta a expectativa de vida do soropositivo. Quem busca tratamento especializado no tempo certo e segue as recomendações do médico ganha em qualidade de vida. Além disso, as mães soropositivas têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto. Por isso, se você passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, faça o exame!
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em até 30 minutos, colhendo uma gota de sangue da ponta do dedo. Esses testes são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), gratuitamente, nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento - CTA (ver mapa com localização pelo país). Os exames podem ser feitos inclusive de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, antes e depois do teste, para facilitar a correta interpretação do resultado pelo paciente. Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque-Saúde (0800 61 1997).

A epidemia de aids no mundo


A epidemia de aids continua a ser um dos grandes desafios para a saúde global.Aproximadamente 33 milhões de pessoas vivem com HIV em todo o mundo.Globalmente, somente em 2008, 2,7 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV e 2 milhões morreram em decorrência da aids, a maioria devido ao acesso inadequado a serviços de tratamento e atenção. O número anual de novas infecções pelo HIV diminuiu de 3 milhões [2,6milhões - 3,5 milhões] em 2001 para 2,7 milhões [2,4 milhões - 3 milhões] em 2008. Em termos globais, 2 milhões [1,7 milhões-2,4 milhões] de pessoas morreram por questões relacionadas à aids em 2008, comparados à estimativa de 1,7 milhões [1,5 milhões – 2,3 milhões] em 2001.

 
Existem evidências de sucesso na resposta à aids em diversos contextos. Em alguns países, como República Dominicana e Tanzânia, a incidência de HIV caiu significativamente. Infelizmente, essas tendências favoráveis não são registradas de igual maneira em outros países ou regiões. A África sub-saariana ainda é a região do mundo mais afetada pela epidemia: cerca de 67% das infecções pelo HIV e 72% de mortes por aids, em 2008, ocorreram nesta esta região. As mulheres já representam metade das pessoas vivendo com HIV em todo o mundo, com números crescentes em muitos países. Estima-se que 430 mil [240 mil – 610 mil] crianças menores de 15 anos se infectaram pelo HIV em 2008. Quanto aos modos de transmissão mais prevalentes apresenta-se um verdadeiro mosaico: na África Subsaariana e no Caribe predomina a transmissão heterossexual; no Leste Europeu vivencia-se uma transição, pois o antigo modo de transmissão O número anual de novas infecções pelo HIV diminuiu de 3 milhões [2,6 milhões - 3,5 milhões] em 2001 para 2,7 milhões [2,4 milhões - 3 milhões] em 2008. Em termos globais, 2 milhões [1,7 milhões-2,4 milhões] de pessoas morreram por questões relacionadas à aids em 2008, comparados à estimativa de 1,7 milhões [1,5 milhões – 2,3 milhões] em 2001 mais prevalente, pelo uso de drogas injetáveis, tem cedido espaço à transmissão sexual; na Ásia predomina tanto a transmissão por uso de drogas injetáveis como a transmissão por sexo comercial sem proteção e, na América Latina, predomina a transmissão entre homens que fazem sexo com homens, ainda que se tenha que constatar o aumento da transmissão heterossexual em alguns países.

A epidemia de AIDS no Brasil



 
No Brasil, estima-se que cerca de 630 mil indivíduos de 15 a 49 vivam com HIV. Segundo parâmetros estabelecidos, a epidemia de aids é concentrada, ou seja, apresenta taxa de prevalência da infecção pelo HIV menor que 1% na população em geral e maior que 5% em subgrupos populacionais de risco acrescido para a infecção pelo HIV (Homens que fazem Sexo com Homens, Usuários de Drogas e Profissionais do Sexo Feminino). Com relação aos casos de aids, de 1980 até junho de 2009, foram identificados 544.846 casos. A taxa de incidência de aids vem apresentando tendência à estabilização, em patamares elevados, e, em 2008, atingiu 18,2 por 100.000 habitantes.Em âmbito nacional, a taxa de prevalência de infecção  pelo HIV,  na população de 15 a 40 anos mantém- se estável em aproximadamente 0,61% desde 2004, sendo 0,41%  entre mulheres e 0,82%  entre os homens.
Entretanto, é necessário analisar a epidemia no Brasil de modo desagregado, pois as diferentes regiões apresentam dinâmicas diferentes, com declínio da taxa de incidência
de aids nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, no período de 2000 a 2008, e aumento nas regiões Norte, Nordeste e Sul. A Região Sudeste ainda concentra o maior percentual de casos identificados no país com 59,3%; a região Sul, 19,2%; a Nordeste, 11,9%; a Centro-Oeste, 5,7%; e, a Norte, 3,9%. Em média, cerca de 35 mil novos casos de aids são identificados a cada ano.
Observa-se uma notável redução de novos casos de aids por transmissão vertical entre crianças em mais de 60% nos últimos anos: De 572 casos observados em 2005 passou-se para 361 em 2008. Esta tendência de queda vem sendo observada desde a introdução da terapia antirretroviral. A taxa de incidência vem decrescendo na população masculina, todavia,
nota-se uma tendência de feminização na medida em que o mesmo evento não se faz presente quando se trata da população feminina. A razão de sexo no Brasil diminuiu consideravelmente do início da epidemia para os dias atuais: em 1986, a razão era de 15,1:1 e, a partir de 2002, observa se uma relativa estabilização em 1,5:1. Na faixa etária de 13 a 19 anos o número de casos de AIDS é maior entre as meninas e essa inversão é observada desde 1998, com 0,8:1. Apesar do crescimento importante observado no número de casos entre as mulheres, nos últimos anos, estudo recente mostra que os HSH e usuários de drogas injetáveis (UDI) masculinos continuam apresentando risco maior do que na população em geral, com taxas de incidência em torno de 15 vezes maiores do que os heterossexuais. Outros grupos em maior vulnerabilidade para a infecção são travestis, transsexuais e transgêneros, trabalhadores do sexo e a população carcerária. Esses dados demonstram a importância de se direcionar as respostas e ações para o enfrentamento das iniquidades regionais e vulnerabilidades.